Segundo o poeta grego da antiguidade, Epicuro, "O prazer de fazer o bem é maior do que o de recebê-lo." Com este modo de pensar, Caroline Batista Pacheco, a Carol, superou um momento de transição na sua vida pessoal, ajudando as pessoas. Por indicação de uma amiga, Carol se juntou a um grupo de voluntários do Instituto Una e saiu do sul catarinense para um trabalho humanitário no interior da Amazônia.

O destino foi a cidade de Coari, que fica a 24 horas de barco de Manaus, não há estradas, a única maneira de se chegar é via pluvial, e Vila Monteiro que fica há 12 horas de barco dentro do município de Coari, foi onde aconteceu a atuação da missão, em um mutirão de saúde. Desde atendimento médico até a ajuda na obras de infra estrutura  fizeram parte das atividades feita por Carol nesta missão.

"É indescritível a sensação de participar de uma missão desta natureza. Quando se está em uma missão, a gente se aproxima muito da realidade de quem vive lá", disse Carol sobre a imersão de 10 dias na comunidade amazônica. Foi encontrado várias situações de desnutrição, diabetes, e outras questões de saúde. Encontraram  também muitos casos de abusos sexual a mulheres e crianças, vindas de uma hierarquia de machismo muito forte na cultura daquela comunidade. "A maior recomendação da Ong aos voluntários é, que ninguém está indo para lá para salvar ninguém. Não somos super-heróis", destacou Carol sobre a expectativa dos voluntários, e que essa consciência faz com que seja possível entender a situação cultural que impacta com a nossa.

Na missão de Rondônia, a Ong Instituto Una junto com a ARA (vinculado a igreja adventista) em ação coordenada também pela ONU que na época era uma situação de clandestinidade de pessoas que se refugiavam naquela região, em um número que passava de mil pessoas por dia vindo da Venezuela, atualmente ainda tem registro de cerca de 300 pessoas dias, deixando por motivos de divergência política com o atual comando do governo daquele país. Esse êxodo em massa causou muitas dificuldades para as comunidades brasileiras que receberam essa imigração desordenada. Nos últimos anos o governo do Brasil junto com a ONU e o Exército Brasileiro implementaram o "Projeto Acolhida", e o trabalho da Ong era atuar em prol da saúde dos refugiados venezuelanos.

Uma situação curiosa, levantada por Carol é a realidade dos povos Taurepang, onde a tribo do Brasil recebeu a tribo venezuelana, registrando uma situação única no mundo. Diferenças entre as tribos vão de uma realidade agrícola artesanal dos Taurepang do Brasil, para professores universitários, bancários vindos da tribo Taurepang da Venezuela. Segundo a voluntária, outra dificuldade foi as pessoas se entenderem, uma vez que o espanhol falado na Venezuela é difícil de entender e que o idioma Taurepang acabou sendo o ponto de convergência para o entendimento destas várias culturas (Brasil/Venezuela/Povos indígenas).

"Sem sombra de dúvidas é uma experiência muito rica, e que só vivenciando para poder entender", enfatizou. Sobre o que se ganha com as ações de voluntariado, Carol disse: "Para ajudar não precisa ir para a Amazônia, se cada um fizer a sua parte em necessidades locais, você já vai experimentar os benefícios do voluntariado. Não é sobre você, é sobre os outros."

Quem quiser atuar como voluntário pode procurar uma das Ongs que organizam essas missões, como por exemplo o Instituto Una (@institutounabrasil), Instituto Dharma (@instituto_dharma), Adra (@adrabrasil) que está presente em todos os estados do Brasil e até fora do país, e quem não puder dispor de tempo para fazer parte também pode contribuir financeiramente com essas instituições.

Carol esteve neste dia 16, em entrevista ao programa Agora na Cidade na Rádio 87.9 FM

Abaixo fotos das missões do Amazonas e de Roraima do Instagram da Carol @caroline_batista_pacheco