Conforme previsto no Plano de Saneamento Municipal, aprovado em 2022, o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Morro da Fumaça deu início a uma nova etapa de trabalho que visa a implantação da rede de coleta de esgoto no município. O assunto é tema do Projeto de Lei Complementar n° 08/2024, encaminhado à Câmara de Vereadores e que será detalhado em audiência pública nesta terça-feira, dia 16, a partir das 19h30.

Com expectativa de ser iniciada neste semestre, a obra prevê a construção de mais de 130 quilômetros de rede de coleta de esgoto, que englobam as áreas urbana e rural da cidade, até as Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) projetadas nos bairros Picadão Palladini e Estação Cocal. “É um projeto de extrema importância para a cidade, visto que atualmente todo o esgotamento sanitário da cidade cai na rede pluvial do município. De acordo com o Marco Legal do Saneamento, aprovado em 2020, todos os municípios brasileiros devem atender a 99% da população com serviços de água potável e ao menos 90% dos habitantes com coleta e tratamento de esgoto até 2033”, destaca o prefeito, Agenor Coral. 

O sistema de coleta consiste em um sistema subterrâneo de tubulações que cortará o município do bairro Graziela ao bairro Naspoline, conectando-se aos imóveis, eliminando o descarte irregular de esgoto. O tratamento do material recolhido será realizado através da ETE. “O município optou por um tipo de tratamento modular aeróbico, com capacidade de processamento dimensionado e tecnologia para garantir que não ocorra a emissão de odores. É um sistema moderno, composto por tanques e decantadores que receberão o material da rede coletora através de uma Estação Elevatória”, detalha o engenheiro químico e diretor do Samae, Rogério Sorato.

Após o processo de tratamento, o resíduo sólido será encaminhado para um aterro sanitário e a água descontaminada será devolvida ao Meio Ambiente, por meio do Rio Urussanga. Com base nisso, a Estação de Tratamento de Esgoto do bairro Picadão Palladini possui localização estratégica, esclarece Sorato. “A maioria dos sistemas de tratamento do país são construídos considerando as características geográficas do território, visto que o fluxo da rede necessariamente precisa ocorrer por gravidade. Do contrário, o sistema precisaria de um sistema de bombeamento ininterrupto operando 24 horas por dia, gerando um alto custo aos moradores”, pontua Sorato. 

Além do aspecto ambiental, o novo sistema deve trazer mais qualidade de vida à população, beneficiando todos os fumacenses. “Essa é uma reivindicação antiga dos moradores, principalmente aqueles que moram próximos ao Rio Linha Torrens, que hoje é o principal impactado pelo descarte inadequado do esgotamento sanitário. Com a implantação do sistema, vamos eliminar as questões ligadas ao mau cheiro, a proliferação de pragas e promover mais saúde, tendo em vista que estaremos minimizando os agentes causadores de doenças ligadas a falta de saneamento”, frisa o vice-prefeito, Eduardo Sartor Guollo. 

A nova etapa de trabalho a ser executada pelo Samae acontece após a universalização do abastecimento de água em 100% do município, iniciada em 2018, quando a Administração Municipal municipalizou o serviço de Água e Esgoto em Morro da Fumaça. Para a execução do projeto de tratamento de esgoto a gestão trabalha para facilitar recursos do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC 3, lançado pelo Governo Federal, caso isso não se confirme a obra será executada com recurso próprio do Samae. A ETE do Picadão Palladini será construída em um terreno doada ao município, cuja desapropriação é um dos temas do PL em discussão no Legislativo fumacense. O local da ETE de Estação Cocal ainda será definido de acordo com estudo técnico.